sábado, 9 de novembro de 2013

PALOMA DOS MEUS AMORES

Paloma dos meus amores,
Musa das minhas poesias,
Deusa da minha vida,
Luz que clareia meus dias.

Das noites claras és luar,
Dos jardins flor em botão,
Para os meus problemas (todos)
Só tu tens a solução.

Tens a beleza singela
Do sol raspando no monte,
És mel que jorra do favo,
És água pura da fonte,

És borboleta que vaga
Sobre as flores pelos campos,
És o gorjear dos passarinhos,
És o lume dos pirilampos.

Em meio a pior tormenta
Tu podes trazer bonança,
Dos idos tu és saudades,
Do porvir minha esperança.

Mas, Paloma dos meus amores,
A mim tu só dás desprezo,
És cruz sobre os ombros meus,
Não suporto mais teu peso.

Não te comoves com o meu penar?
De mim não tens compaixão?
Por que tu machucas tanto
A quem te tem no coração?

A quem te tem como ídolo,
Como rainha ou princesa te quer,
Mas, quer acima de tudo
Como simplesmente mulher...

A mulher dos sonhos meus
Que há de enfeitar meu lar,
A mamãe dos meus filhinhos,
A sereia do meu mar.

Te amo mais que a vida,
Construí em ti meu mundo,
Sem ti sou menos que nada,
Sou o pior vagabundo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O AMOR DÓI MUITO MAIS

No começo eu pensava
Que o poeta exagerava,

Que o amor doía sim,
Mas que não era tanto assim.

Mas agora que eu amo
Tenho outra opinião:
O poeta fala sério
Não é exagero não.

O amor dói muito mais
Que qualquer enfermidade,
Para quem ama distante
E convive com a saudade.

Eu acho até que o poeta
Não fala todo a verdade,
O amor dói muito mais
Só escreve a metade. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

QUANDO CAI A CHUVA

Quando cai a chuva lentamente
Molhando a campina verdejante,
O sertanejo fica tão contente
Prevendo uma colheita abundante.

Tudo fica verde, tão bonito,
A lavoura cresce, o gado engorda,
No cerrado canta a seriema
De manhãzinha quando a gente acorda.

No riacho urra a cachoeira,
As abelhas zunem nos florais,
Exalam-se os perfumes mais diversos
E a brisa sopra os seus madrigais.

Só mesmo o peito amargo do poeta,
Congelado em somente uma estação,
Não vê da primavera o colorido,
Também não sente o calor do verão.

Sequer tem um outono pra sonhar,
Só lhe resta a nostalgia do inverno,
Porque só o amor pode aquecer
Um peito condenado ao frio eterno.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

MEU DESEJO

Eu desejo que tu sigas em trevas
Um caminho de pedras e espinhos,
Que todas as dores do mundo invadam teu corpo
E que a desgraça atormente os teus dias.

Aquele amor puro que senti, por ti,
Em ódio se converteu,
O meu coração, que um dia te dei de presente,
Hoje já não é mais teu.

Procura no mundo um lugar que caiba teu orgulho
E alguém que tolere tua falsidade,
Pois, quando receberes todo o mal que a mim fizeste,
Cairás por terra clamando piedade.

E em vez de encontrares em mim aquele amigo que outrora fui,
Encontrarás um lobo em pele de cordeiro.
E... verás o mal que fizeste a si própria,
Transformando em monstro um nobre cavalheiro.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A VISÃO II

Eu vejo um paraíso e anjos sucumbindo,
Vejo armaduras, escudos, espadas...
Vejo sobre a terra, em chama, caindo
Toda a esperança e a fé, despedaçadas.

Eu vejo crianças chorando de fome,
Meio a leite e mel que mana desta terra.
Vejo todo o humano corromper-se em nome
De um "deus" que prega violência e guerra.

Por aqui a luz, o amor... Tudo é fada...!
Pois somente a treva, o ódio e mais nada
Podem suportar a tanta hipocrisia...

Vejo indo pro inferno, todos, lado a lado...
Também vejo o céu, mas, este é reservado
Só pra quem seguir o filho de Maria.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ó VERSOS MEUS

Sentidos versos, que escrevo,
Que traduzem, d’alma, a voz cansada
Que, na dor, em lágrimas engasgada,
Fala dum amor que não me atrevo.

E assim que a noite surge plena,
(Nesta vil pocilga, atirado),
Em vós, relato meu estado,
Usando a tristeza como tema.

Ó versos meus que sois amigos,
Levai ao mundo meu clamor,
Dizei que não mereço tais castigos...

Feliz, se aqui, não posso ser,
Que seja piedoso o tal senhor
Que, do homem, faz a hora de morrer.

domingo, 30 de junho de 2013

O QUE RESTOU DE MIM

Pega um homem, como qualquer outro,
E tira, desse homem, tudo o que ele tem!
Tira dele a paz, o amor, a esperança...
Ah! Podes tirar sua vida também.

Transforma os sonhos do infeliz
Nos mais apavorantes pesadelos...
Deixa-o sozinho, vagando pelo mundo,
E finge não ouvir nenhum dos seus apelos...

Faze com que ele se sinta um derrotado,
Tira sua autoestima... Age assim!...
Cuida pra que tudo seja dizimado...

Tira dele o início, o meio e o fim...
Então, verás que restará do coitado,
Exatamente o que restou de mim.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

UNIVERSO PARALELO

Nunca tive teu corpo, nem ao menos teu olhar,
Só tive a esperança, que hoje já não tenho...
E somente em versos (sem arte e sem engenho),
Foi que, às vezes, deste amor ousei falar.

Semeei meu sentimento em árido rochedo,
Sempre vislumbrando coloridas primaveras!...
E foi o regando com prantos e quimeras
Que, tristemente, o vi fenecer mais cedo.

E preso na aridez deste deserto sem saída,
Minha vida, irônica, à morte já me trilha.
Solitário... triste... Então me desespero!...

Vejo-me atolado na pocilga desta vida,
De onde avisto a tua luz (que ainda brilha),
N’outro plano, além, num universo paralelo.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

ESTE AMOR EM MIM

Este amor em mim de longe vem,
Como a flor perene que se aguenta...
E mesmo exposta à vil tormenta,
Ainda, presa ao galho se mantém.

Este amor somente a ti o dediquei
E só por ti intacto o mantive,
E se, em mim, este amor ainda vive,
É que, sem te amar, viver não sei...

terça-feira, 25 de junho de 2013

DISTANTE DE TUDO

Estou tão distante de tudo
Trancado aqui dentro de mim...
Avulso, silente, pacato...
Só espero a trombeta do fim.

Se tenho algum amanhã
Ou se tenho só coisas passadas,
Não posso seguir nem voltar,
Pois, perdi minhas próprias pegadas.

O futuro é uma incerteza,
Do ontem não quero lembrança,
Só me resta morrer nesta cela,
Pois, perdi toda a minha esperança.

Não me fale sobre o presente
Se o existe, está condenado...:
Após virares esta página
Tudo o que leste é passado.

DISTANTE DELA

Ah! Quão alegre seria a minha vida
Se ela estivesse do meu lado
Ver-se-ia, então, toda a dor caída
Sobre o chão e por mim pisada.

Eu seria o homem mais feliz do mundo,
Do nascer do sol ao fim de cada dia,
E, todo o encanto dum amor profundo
A cada noite, em mim, floresceria.

Mas que pena que a minha linda,
A mulher mais doce e mais desejada,
Está tão longe do meu coração.

Pouco a pouco a minha vida finda,
Sem o seu amor não me resta mais nada,
Sou um ser caído, entregue à solidão.